Faz parte da vida passar por grandes perdas. Mais cedo ou mais tarde, elas chegam fechando ciclos. E como lidamos com elas faz toda a diferença na continuação do no nosso percurso.
Nesta época de Finados, reflito sobre a morte, esta realidade implacável que faz parte da vida e abarca todos nós. Não importa o quanto amamos e o quanto queremos perto a pessoa amada. A morte chega e leva embora a convivência, a voz e o gesto. Ficamos apenas com a presença do vazio. E precisamos de tempo para ir preenchendo de vida este espaço que foi aberto. Não que iremos esquecer ou às vezes nem queremos esquecer, mas passamos a conviver com outras coisas que aos poucos vão nos distraindo.
Da mesma forma, encontramos a morte em muitas outras ocasiões. No fim de um relacionamento afetivo, numa mudança de cidade, na saída do emprego, no divórcio dos pais. O falecimento da mãe ou do pai, ou mesmo dos avós, também são impactos imensos em nossas vidas, não importando a idade em que aconteça. Porém, para os jovens e crianças, essas perdas podem ser ainda mais dilacerantes.
E como convivemos com a ausência? Permitimos voltar para a vida, agora diferente, ou nos prendemos ao passado, naquilo que se foi? Será traição continuar em frente? Aceitamos o destino e as despedidas ou resistimos ao movimento da vida que segue? Será que se eu amar de novo estarei traindo quem antes amei?
E a morte daquilo que não foi? Do sonho da gravidez que não aconteceu, da viagem que não foi realizada, do emprego que não foi alcançado, do relacionamento que não foi vivido. Tantas mortes de sonhos…
O que muitas vezes é difícil entender com o coração é que a morte, as perdas, fazem parte da vida, elas também são vida! Mas quando a dor que as envolvem é muito grande, esquecemos que esta é uma das faces da natureza. E a morte, por seu princípio, sempre dá lugar à renovação.
A Constelação Sistêmica permite dar um lugar
de honra no nosso coração e na nossa história ao que finalizou e então compreendemos melhor o curso da vida
e aceitamos melhor tudo como foi para liberados,
seguirmos em frente.
O que vem depois nunca irá ocupar o lugar do que veio antes. Esta é uma das Leis do Amor que Bert Hellinger observou e trouxe como fundamento da Constelação Sistêmica. Honrar cada experiência de vida e encontro libera para novos começos. Isto inclui casamentos, por exemplo. Muitas vezes as separações são dolorosas e as pessoas preferem tratar a relação findada como algo de menor importância, ainda mais se são suprimidas por novos relacionamentos.
Porém, se não há o reconhecimento da história anterior, a dor abafada daquele relacionamento tende a retornar até que esta encontre novamente a fluidez amorosa. Não refiro ao retorno do relacionamento em si, mas dos sentimentos feridos que reaparecem em outras dinâmicas. Mesmo se não for com os próprios envolvidos, algum membro da família, ainda que posteriormente, lembrará do que foi esquecido e reviverá as mesmas dores como uma homenagem a este amor machucado. Quando estes casais têm filhos, as consequências são ainda mais agravadas. Quebramos ciclos de dores ao dar o devido lugar a cada experiência de vida, ao respeitar cada história, a reconhecer a importância de cada relacionamento realmente significativo que passou por nosso caminho.
Uma história de amor
Uma vez constelei uma mulher que tinha dificuldades para lidar com o pai depressivo e ainda corria risco de sofrer depressão em idade mais avançada. Iniciamos a constelação e ao entrarmos no campo, surgiu o núcleo de tamanha tristeza: sua bisavó paterna, mãe de sua avó, casou-se muito nova e teve 4 filhas. Morreu também muito cedo, deixando as quatro ainda muito crianças. O bisavô logo casou-se novamente e teve mais 8 filhos. Essa bisavó foi esquecida. Talvez as circunstâncias do segundo casamento não permitiram ao bisavô reconhecer seu primeiro amor e dar a ela o devido lugar em seu coração. Quando a constelação a trouxe de volta ao lugar de primeira esposa e foi novamente reconhecida, abriu-se a possibilidade de novos começos para seus descendentes. A tristeza não precisava mais se fazer presente no lugar da lembrança da bisavó. E minha surpresa maior foi no dia seguinte, quando esta cliente me ligou contando que a constelação ocorreu exatamente no dia do aniversário da bisavó! Ela estaria completando anos de vida no dia em que sua memória foi lembrada!
É assim que o movimento da vida entra novamente em ordem e aprendemos a honrar cada história, cada experiência em sua integridade, destino e beleza. Abrir-se para aceitar o que finalizou é abrir para o que virá a ser.
Por que este momento é perfeito para trabalhar estas questões?
Se você se identifica com alguma dessas colocações, este momento é perfeito para transformar sua vida! Pode ter sido uma perda recente que aconteceu, nem tão recente ou mesmo há muito tempo. Às vezes levamos anos, décadas para superar uma grande dor. O fato é que se houver algum sentimento que o impeça de se abrir para o novo, algo do passado pode estar ainda no presente e liberar esta questão é virar uma página em sua vida.
Segundo os conhecimentos da astrologia, estamos com o Sol sob o signo de Escorpião, o guardião dos atributos da morte e renascimento, regeneração, poder pessoal, magnetismo, sexualidade. A escolha da data de finados, que foi o motivo de eu discorrer sobre este tema, está intimamente ligada ao signo.
Durante esses dias de Escorpião, enquanto o Sol se levanta na linha do horizonte, ele nos convida a transformar, a mergulhar em nossas águas profundas, a acessar o que está guardado para trazer à tona vida regenerada.
No nosso próximo encontro, trabalharemos com as nossas perdas
Se você passou ou está passando por uma perda significativa, e sente que não consegue ir em frente, venha participar conosco para fazer um movimento de transformação, para seguir em direção do amor e reverência à vida e ao seu propósito!
Teremos novos grupos de constelações nos dias 9 e 10 de novembro. Para quem quiser olhar mais profundamente para seu sistema, colocar o campo a seu serviço e à serviço de sua família, temos vagas para constelar
E ao final, faremos um exercício sistêmico com todos os participantes para lidarmos melhor com as nossas perdas importantes e abrirmos cada vez mais espaço para a chegada do novo. Esteja conosco!
Se você tiver alguma dúvida ou quiser contar um pouquinho da sua história, deixe aqui seu comentário.
Informações
Datas: 9 e 10 de novembro
Local: Espaço Gaya – Vila Mariana, São Paulo/SP
Facilitadora: Isabela Borges
Link para inscrições aqui
Mais informações sobre o IMEC-Consciência aqui